Um empregado, de 29 anos, da biblioteca da Faculdade de Engenheira da Universidade do Porto (FEUP), esfaqueou ontem, uma funcionária da cantina daquele estabelecimento de ensino alegadamente sem razão e na sequência de um qualquer acesso de inexplicável loucura.
Cerca das 14.15 horas, segundo a vítima, aquele indivíduo terá subido para cima do balcão da cantina e tirado uma navalha do bolso do casaco. Depois, saltou para dentro do balcão. As funcionárias fugiram, menos Maria Olívia Gonçalves, 46 anos, que ficou encurralada contra uma parede.
O empregado dirigiu a arma em direcção ao peito da mulher, mas ela encolheu-se, para se proteger, e foi atingida nas costas.
Entretanto, o responsável da cantina interveio e empurrou o agressor, que se virou na sua direcção e o perseguiu até à cozinha. " Parecia uma fera a quem lhe tinham tirado a comida", comenta Maria Olívia Gonçalves.
No interior da cozinha, os funcionários, com o auxílio de alunos que estão aquela hora no refeitório, conseguiram controlar o agressor que, na cozinha, segundo algumas testemunhas, estaria aos gritos, depois de o terem tentado acalmar " Vermelhos, amarelos, matava-os a todos".
" Levei uma facada sem saber o que se passou na cabeça dele" conta Maria Olívia, ao JN, perplexa com o gesto do colega que nunca lhe demostrou sinais de animosidade. Trabalha há sete anos na cantina da faculdade onde serviu, cerca de uma hora antes de ser agredida, a refeição ao funcionário da biblioteca, que ela descreve como um homem de pouco palavras. "Ele descarregou em mim", desabafa.
Carlos Oliveira, director de comunicação da FEUP, qualifica este acto como sendo "tresloucado e imprevisível", para quem "o motivo só pode ser um problema do foro psicológico".
O jovem foi detido pela PSP e levado para esquadra para ser interrogado.